segunda-feira, 28 de março de 2011

Convite à reflexão: Porque a luta por uma melhor educação é uma luta política.



“(...)O movimento para a liberdade, deve surgir e partir dos próprios oprimidos, e a pedagogia decorrente será " aquela que tem que ser forjada com ele e não para ele, enquanto homens ou povos, na luta incessante de recuperação de sua humanidade". Vê-se que não é suficiente que o oprimido tenha consciência crítica da opressão, mas, que se disponha a transformar essa realidade; trata-se de um trabalho de conscientização e politização (http://www.centrorefeducacional.pro.br/paulo.html)(...)”

O trecho acima, do pedagogo Paulo Freire, constitui uma qualificada síntese do que constitui a promoção da educação para a cidadania. A sociologia da educação assim vista não perde a perspectiva de suas condicionantes históricas: o exercício da cidadania é um caminho de recuperação da humanidade. E cidadania aqui é a ação que transforma e que tem na educação sua fonte de alimentação.
O estado, e no caso particular do Estado Brasileiro, à medida que consolida sua democracia, dentro de uma ordem capitalista, abre espaço para as disputas de hegemonia: o oprimido vive uma situação histórica e, constrói sua reação emancipadora, como reação dialética à sua alienação.
A própria educação passa a ser alvo das disputas por hegemonias: enquanto o capital constrói e exerce seu modelo de educar para a “mais produtividade”, sem se ocupar com a natureza do desemprego estrutural, o trabalho educa para a “mais humanidade”, sabendo que a educação e qualificação profissional por si não garante a “mais cidadania”, que só se viabiliza no âmbito da radicalização da democracia, quanto a inclusão integral dos seres humanos.
Assim estamos claramente de ante de dois ciclos: o ciclo do capital, que em sua natureza mantém o desemprego estrutural (mecanismo de manutenção da reserva da mão de obra, que pressiona para baixo o valor desta mão de obra) e pode fazê-lo no seio de um amplo programa de formação e qualificação tecnológica de sua mão-de-obra e de outro do ciclo do trabalho, que busca na educação, não apenas o desenvolvimento tecnológico, mas também a humanização e emancipação dos sujeitos da história.



Texto de Frederico Drummond - professor de filosofia

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