A certeza é o resultado de nossa adesão ao que consideramos verdadeiro.
•
O dogmatismo - Há vários
significados para o conceito de dogmatismo
a)
O dogmatismo do senso comum - No senso comum, o dogmatismo designa as certezas não
questionadas do nosso cotidiano: de posse do que supõe verdadeiro, a pessoa
fixa-se na certeza e abdica da dúvida..
b)
O dogmatismo filosófico - A filosofia dogmática serve para identificar os
filósofos que estão convencidos de que a razão pode alcançar a certeza
absoluta. O filósofo David Hume colocou em questão nossa capacidade de atingir
certezas absolutas. Sua influência foi decisiva para Kant, que, na obra Crítica
da Razão Pura, põe a razão em um tribunal a fim de definir os limites e as
possibilidades do conhecimento.
• O
ceticismo - O cético tanto observa e
pondera que conclui, nos casos mais radicais de ceticismo, que o conhecimento é
impossível. Nas tendências moderadas, o cético suspende provisoriamente
qualquer juízo ou admite apenas uma forma restrita de conhecimento, reconhecendo
os limites para a apreensão da verdade. Para alguns, mesmo que seja impossível
encontrar a certeza, não se deve abandonar a busca da verdade. O grande
representante do ceticismo foi outro grego, Pirro de Élida (séc. IV-III a.C. ).
Para Pirro, a atitude coerente do sábio é a suspensão do juízo e, como
consequência prática, a aceitação com serenidade do fato de não poder discernir
o verdadeiro do falso. Além do aspecto epistemológico, essa postura tem um
caráter ético, porque aqueles que se prendem a verdades indiscutíveis estão
fadados à infelicidade, já que tudo é incerto e fugaz. No Renascimento, o
filósofo francês Michel de Montaigne retoma o ceticismo ao contrapor-se às certezas
da escolástica e à intolerância, atitude que marcara o período de lutas
religiosas. David Hume (séc. XVIII) admite o ceticismo ao reconhecer os limites
muito estreitos do entendimento humano. Mais que isso, pondera que estamos subjugados
pelos sentidos e pelos hábitos, o que reduz as nossas certezas a simples
probabilidades. Recusa a metafísica e portanto os princípios a priori que
tentem justificar nosso conhecimento. Hume, porém, não se diz adepto de um
ceticismo extremado, como o do grego Pirro. Ao contrário, considera mais
vantajoso à humanidade o ceticismo atenuado, que limita "as nossas
pesquisas aos assuntos que mais se adaptarem à estreita capacidade do
entendimento humano". Nesse sentido, Hume refere-se às crenças teóricas e
práticas, que podem ser corretas ou incorretas e nos orientam no cotidiano.
Assim, quando uma bola de bilhar bate em outra e a movimenta, tendemos a
aceitar o principio da causalidade: uma bola é a causa do movimento da outra
(que é seu efeito). Trata-se, porém, de uma crença, que resulta da conjunção habitual
entre um objeto e outro:
Teorias sobre a verdade
Que
critério nos permite reconhecer a verdade e distingui-la do erro? Ou seja, que
condições a verdade exige para ser aceita como tal? Quando afirmar que algo é
verdadeiro? A resposta mais frequente está na evidência como critério da
verdade. Veremos os filósofos que são adeptos dessa teoria e aqueles que
contemporaneamente a criticam.
•
O critério da evidência
Segundo
a teoria da correspondência, representada na filosofia desde Aristóteles, é
verdadeira a proposição que corresponde a um fato da realidade. Embora a teoria
da correspondência tenha adeptos ainda hoje, recebeu muitas críticas por conta da
dificuldade de explicar o que significa uma proposição corresponder a um fato.
Em outras palavras, a verdade é a representação do mundo como ele realmente é
ou como nos aparece? Afinal, se temos acesso aos fatos apenas pelas nossas
crenças, e essas não são verificadas por outros meios, a não ser por elas
mesmas, como garantir que nosso pensamento corresponde aos fatos?
Resenha do livro Filosofando - de Maria Lúcia de Arruda Aranha e Maria Helena Pires Martins - 4ªEdição - Editora Moderna.
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