sábado, 28 de maio de 2011

O "meu" Deus irá nos Salvar. E o seu Deus?

O texto que estou postando a seguir constitui documento produzido pelo Centro de Referência Virtual, da Secretaria de Educação do Estado de Minas Gerais. Ele constitui material de reflexão no II Eixo de nossos estudos, que trata da questão da Ética em filosofia. O tema deste Eixo  é Universalidade e Relatividade dos Valores.
Os valores e regras morais são universais, valendo para todos, ou são relativos às culturas, épocas e situações?

Podemos afirmar que alguns princípios morais são válidos independentemente de seu contexto, ou, ao contrário, a moralidade é essencialmente histórica e cultural?

O ponto de partida deste problema é uma constatação de fato: há uma grande diversidade de leis e costumes entre diferentes sociedades e culturas. Mais que isso, dentro de uma mesma sociedade é possível encontrar pessoas e grupos com hábitos e convicções morais diferentes. Como compreender este fato?
Em relação a esta questão se dividem relativistas e universalistas.

Para os primeiros, o costume é a origem e o critério da moralidade. Levando esta idéia às suas últimas consequências, chega-se à afirmação que não há uma posição moral mais correta do que outra.

Já os universalitas acreditam que, por mais forte que sejam os costumes, o que é moral ou imoral não é determinado por eles, mas por um ponto de vista que ultrapassa a particularidade.

O desafio não é novo: colocou-se para os historiadores e filósofos da antiguidade – ver as reflexões de Heródoto sobre os hábitos dos Persas e o grande debate entre Platão e os sofistas sobre se o justo e o injusto são definidos pelos costumes (Teeteto 172).

Colocou-se novamente na modernidade, com a descoberta das Américas, quando os indígenas foram compreendidos tanto como bárbaros aos quais faltavam “Deus, lei e rei”, quanto como um exemplo de ser humano mais próximo das leis naturais – ver o capítulo “Dos Canibais”, nos Ensaios de Montaigne.
Nos séculos XIX e XX, os antropólogos questionaram o que o senso comum afirmava sobre os povos primitivos, rapidamente identificados como inferiores.

Nos dias de hoje, a sociedade globalizada aproxima tradições, religiões e costumes, o que pode ser um fenômeno gerador de conflito, mas também de novas formas de respeito e de reconhecimento. Justifica-se, assim, plenamente, a inclusão deste tema no programa, como um meio tanto de enriquecer a visão que o aluno tem do outro quanto de avaliar seu compromisso com suas próprias convicções.




Fonte: Centro de Referência Virtual

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