domingo, 27 de fevereiro de 2011

Para refletir: O que é Necessário ( leis naturais) e o que é Contingente (cultura - escolhas humanas).

Podemos dizer que os acontecimentos naturais e humanos são necessários, porque obedecem a leis naturais ou da natureza humana, mas também podem ser contingentes ou acidentais, quando dependem das escolhas e deliberações dos homens, em condições determinadas.

Dessa forma, uma pedra cai porque seu peso, por uma lei natural, exige que ela caia natural e necessariamente; um ser humano anda porque as leis anatômicas e fisiológicas que regem o seu corpo fazem com que ele tenha os meios necessários para a locomoção.

No entanto, se uma pedra, ao cair, atingir a cabeça de um passante, esse acontecimento é contingente ou acidental. Por quê? Porque, se o passante não estivesse andando por ali naquela hora, a pedra não o atingiria. Assim, a queda da pedra é necessária e o andar de um ser humano é necessário, mas que uma pedra caia sobre minha cabeça quando ando é inteiramente contingente ou acidental.

Todavia, é muito diferente a situação das ações humanas. É verdade que é por uma necessidade natural ou por uma lei da Natureza que ando. Mas é por deliberação voluntária que ando para ir à escola em vez de andar para ir ao cinema, por exemplo. É verdade que é por uma lei necessária da Natureza que os corpos pesados caem, mas é por uma deliberação humana e por uma escolha voluntária que fabrico uma bomba, a coloco num avião e a faço despencar sobre Hiroshima.

Um dos legados mais importantes da Filosofia grega é, portanto, essa diferença entre o necessário e o contingente, pois ela nos permite evitar o fatalismo - “tudo é necessário, temos que nos conformar e nos resignar” -, mas também evitar a ilusão de que podemos tudo quanto quisermos, se alguma força extranatural ou sobrenatural nos ajudar, pois a Natureza segue leis necessárias que podemos conhecer e nem tudo é possível por mais que o queiramos.

PARA PESQUISAR:

Filosofia Grega Antiga - Período Cosmológico - Filósofos da Natureza  (inicia aproximadamente no ano VIII a.c.)

VEJA as principais escolas:

● filósofos da Escola Jônica: Tales de Mileto, Anaxímenes de Mileto, Anaximandro de Mileto e Heráclito de Éfeso;
● filósofos da Escola Itálica: Pitágoras de Samos, Filolau de Crotona e Árquitas de Tarento;
● filósofos da Escola Eleata: Parmênides de Eléia e Zenão de Eléia;
● filósofos da Escola da Pluralidade: Empédocles de Agrigento, Anaxágoras de Clazômena, Leucipo de Abdera e Demócrito de Abdera.

Destaques:

a)      Tales de Mileto – (+ ou- 640-548 a. C) Tales é considerado o pai da filosofia grega. Atribui-se a este filósofo a frase de que a água é a origem de todas as coisas.
b)      Heráclito – (+ ou – 540-470 a. C) nasceu em Éfeso.. É considerado o mais importante dos pré-socráticos. É dele a frase de que tudo flui: “Não entramos duas vezes nas águas do mesmo rio.” É o filósofo do devir, a lei do universo, tudo nasce se transforma e se dissolve.
c)      Parmênides – (+ ou – 544-450 a. C) filósofo da região de Eléia, hoje Vília, Itália. Suas conclusões são contrárias às de Heráclito, seu contemporâneo. Para se chegar à verdade não podemos confiar nos dados empíricos, temos de recorrer à razão. Desta forma nada pode mudar, só existe o ser, imutável, eterno e único, em oposição ao não ser.
d)      Pitágoras – (século VI a.C.) – Com ele nasceu a matemática.


Pesquisa no Link  http://www.consciencia.org/pre_socraticos.shtml
- Você encontra este link aqui, no lado direito desta página.

Fonte: Convite a Filosofia - Marilena Chaui.

6 comentários:

  1. Olá turma, pesquisem mais sobre estes filósofos:

    a) Tales de Mileto – (+ ou- 640-548 a. C) Tales é considerado o pai da filosofia grega. Atribui-se a este filósofo a frase de que a água é a origem de todas as coisas.
    b) Heráclito – (+ ou – 540-470 a. C) nasceu em Éfeso.. É considerado o mais importante dos pré-socráticos. É dele a frase de que tudo flui: “Não entramos duas vezes nas águas do mesmo rio.” É o filósofo do devir, a lei do universo, tudo nasce se transforma e se dissolve.
    c) Parmênides – (+ ou – 544-450 a. C) filósofo da região de Eléia, hoje Vília, Itália. Suas conclusões são contrárias às de Heráclito, seu contemporâneo. Para se chegar à verdade não podemos confiar nos dados empíricos, temos de recorrer à razão. Desta forma nada pode mudar, só existe o ser, imutável, eterno e único, em oposição ao não ser.
    d) Pitágoras – (século VI a.C.) – Com ele nasceu a matemática.

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  2. Olá Fred finalmente entrei no seu blog, parabéns pelo excelente material e conteúdos, invejo seus alunos pois tem um excelente professor -alguém incansável em sua admirável crença na humanidade.
    Cara, não estou sabendo mexer nestas modernidades, twitter nunca entrei, facebook não sei onde estou nem pra onde vou (kkkkkkk) o mais acessível p mim é o velho e simplesinho orkut. Mas eu vou melhorar....kkkkk Parabéns, um grande abraço e muita saudade! Laura Rizzi Rancoleta

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  3. Ora, se o cair de uma pedra é um acontecimento necessário porque obedece às leis naturais, por que o fato de ela atingir um passante não o é se este fato também obedece às leis naturais, além disso, se uma pedra cai, houve antecedente que a fez cair, sem o qual ela não cairia, do mesmo modo que se o passante não estivesse naquele local no exato momento da queda a pedra não o atingiria...

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  4. Ou seja, me parece que o Necessário foi, é e sempre será Um, o resto somos apenas contingentes.

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  5. não tem o conceito de possível?

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  6. A) O que se procura estabelecer inicialmente sãos as chamadas relações causais ou simplesmente, causa e efeito. A lei da gravidade estabelece que um objeto abandonado a se mesmo terá um movimento presumido e necessário. Eu posso calcular a força de lançamento de uma pedra e também calcular sua trajetória até seu ponto de inércia. Posso também calcular a velocidade de deslocamento de um passante e determinar o ponto em que ele se encontrará em determinado momento do seu trajeto. Assim se ei pre-estabelecer um pontos de conjunção entre a velocidade do passante e a velocidade da pedra o impacto pode ser calculado e estamos face uma relação causal e necessária. B) Todavia se o movimento do passante for arbitrário o impacto da pedra será acidental. E apenas por uma coincidência a pedra e o passante se chocarão. As coincidências não são causais, mas acidentais, portanto contingentes. As relações não causais significativas - impacto arbitrário de uma pedra e um passante - receberam o nome de sincronicidade pelo filósofo Jung, antigo discípulo de Freud. Mas este é assunto para outra aula. C) Resumindo: as relações causais/necessárias se dão no âmbito das ciências e dos fenômenos da natureza. No âmbito dos fatos culturais, psicológicos e da vontade humana temos que usar outros métodos, como a fenomenologia, o estruturalismo, a dialética, a hermenêutica entre outros.

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