segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Podemos estudar a alienação através de um poema de Carlos Drummond.

A professora e filósofa Marilena Chaui em suas obras dá um destaque particular para a contribuição dos poetas no estudo da filosofia. Tendo isto como referência vamos inciar nossas reflexões sobre ética e filosofia política a partir deste poema de Carlos Drummond de Andrade: 
Elegia 1938

Trabalhas sem alegria para um mundo caduco,
onde as formas e as ações não encerram nenhum exemplo.
Praticas laboriosamente os gestos universais,
sentes calor e frio, falta de dinheiro, fome e desejo sexual.
Heróis enchem os parques da cidade em que te arrastas,
e preconizam a virtude, a renúncia, o sangue-frio, a concepção.
À noite, se neblina, abrem guarda-chuvas de bronze
ou se recolhem aos volumes de sinistras bibliotecas.
Amas a noite pelo poder de aniquilamento que encerra
e sabes que, dormindo, os problemas te dispensam de morrer.
Mas o terrível despertar prova a existência da Grande Máquina
e te repõe, pequenino, em face de indecifráveis palmeiras.
Caminhas entre mortos e com eles conversas
sobre coisas do tempo futuro e negócios do espírito.
A literatura estragou tuas melhores horas de amor.
Ao telefone perdeste muito, muitíssimo tempo de semear.
Coração orgulhoso, tens pressa de confessar tua derrota
e adiar para outro século a felicidade coletiva.
Aceitas a chuva, a guerra, o desemprego e a injusta distribuição
porque não podes, sozinho, dinamitar a ilha de Manhattan.

Em sua opinião o que o poeta pretendeu dizer nas seguintes estrofes: 

a) "Trabalhas sem alegria para um mundo caduco,
onde as formas e as ações não encerram nenhum exemplo.(...)"

b) "Amas a noite pelo poder de aniquilamento que encerra
e sabes que, dormindo, os problemas te dispensam de morrer.
Mas o terrível despertar prova a existência da Grande Máquina
e te repõe, pequenino, em face de indecifráveis palmeiras"

c) "Ao telefone perdeste muito, muitíssimo tempo de semear."

d) "Aceitas a chuva, a guerra, o desemprego e a injusta distribuição
porque não podes, sozinho, dinamitar a ilha de Manhattan."

Boas reflexões. Frederico Drummond - prof Filosofia

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