Este era para ser um relato de ficção. Gostaria que fosse. Mas a estrutura geral é tenebrosamente simples: jovens chegam drogados à sala de aula e continuam se drogando no espaço da escola. Intimidados não dizemos nada. Ficamos aguardando por uma ajuda que nunca vem. Simulamos que não é conosco. Mostramos medo. Enquanto isto nossos filhos estão morrendo. De uma forma covarde. O Anjo da Morte tem muitos nomes. O mais recente (será?) possui um nome lacônico: OXI. Poderia ser merla, crack, colírio para glaucoma, álcool com qualquer mistura de anfetaminas. A esta altura o nome pouco importa. Eles estão morrendo. Dentro da nossa casa, da nossa igreja, da nossa escola. Quase sempre uma morte lenta. Quase sempre devastadora. E não fazemos quase nada.
Frederico, professor de filosofia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário