sexta-feira, 29 de abril de 2011

BEM VINDO AOS NOVOS MEMBROS DESTA COMUNIDADE.

A partir de ontem, dia 28 de abril, os alunos do ensino médio, do período noturno, de nossa Escola Estadual Emílio de Vasconcelos Costa, passaram a integrar nossa comunidade de reflexões filosóficas. São três turmas do ensino médio convencional e  seis turmas de Jovens e Adultos, mas conhecidos como EJA. A todos estes alunos nossa manifestação de boas vindas.
Estudar à noite constitui para todos um desafio adicional. Sabemos que a opção pelo período da noite, via de regra, implica na busca de novas alternativas por aquelas pessoas que trabalham durante o dia. Estudar filosofia à noite é um esforço também adicional. Mas podemos fazer desta vivência um momento de gratificação. Para os Jovens e Adultos que buscam uma forma de acelerar novas oportunidades profissionais  reafirmamos: não desistam nunca deste sonho. Porque, como diria Paulo Freire, este é o Sonho da Liberdade. E este é um sonho que construimos pelas nossas escolhas e ações.
Vamos fazer desta jornada a Nossa Jornada.

Um grande abraço

Frederico, professor

terça-feira, 26 de abril de 2011

AGENDA PARA MAIO 2011

DIA 02 DE MAIO TEREMOS NOSSA PRIMEIRA AULA DE FILOSOFIA DO SEGUNDO BIMESTRE DO ANO.

CONFIRA NOSSO PROGRAMA DE AULAS LOGO ABAIXO.

ÉTICA, MORAL, PODER E POLÍTICA SERÃO NOSSOS TEMAS PRINCIPAIS DESTE PERÍODO.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Aula dia 26 de Abril: O papel dos Mitos na antiguidade grega - Platão

O Banquete, 203b-204b, Platão


            De que pai ele nasceu, perguntei, e de que mãe? – É uma história um tanto longa; mesmo assim vou contá-la a ti. No dia em que Afrodite nasceu, os deuses deram um banquete. Com eles estava o filho de Métis, Poros. Depois do Jantar, Penia tinha vindo mendigar, o que é natural num dia de abundância de comidas e bebidas, e mantinha-se perto da porta. Poros, que se tinha embriagado com néctar (pois o vinho não existia ainda), entrou no jardim de Zeus e, entorpecido, adormeceu. Penia, na sua penúria, teve a idéia de ter um filho de Poros; deitou-se junto a ele e concebeu o Amor. É por isso que o Amor se tornou companheiro de Afrodite e seu servidor. Concebido por ocasião das festas pelo nascimento dela, por sua própria natureza, ama o belo – a Afrodite é bela.
            Então, sendo filho de Poros e de Penia, o Amor acha-se na seguinte situação: por um lado, é sempre pobre, e, longe de ser delicado e belo como acredita a maioria das pessoas, é, pelo contrário, rude, desagradável, caminha pelo mundo de pés descalços, não tem morada, dorme sempre no chão duro, ao ar livre, perto das portas e nos caminhos, pois puxou à mãe; e a necessidade acompanha-o sempre. Por outro lado, a exemplo de seu pai, está sempre à espreita do que é belo e do que é bom; é viril, resoluto, ardente, é um caçador de primeira ordem, está sempre inventando manhas; aspira ao saber e sabe encontrar as passagens que o levam a ele; passa todo o tempo de sua vida filosofando; é um maravilhoso feiticeiro, e mágico, e sofista. É preciso acrescentar ainda que, por natureza, não é imortal nem mortal. Num mesmo dia, ora floresce e vive, ora morre; depois revive quando por ele perpassam os recursos que deve à natureza de seu pai, mas o que se passa nele, incessantemente, lhe escapa; assim sendo, o Amor não está jamais na indigência nem na opulência.
            Por outro lado, mantém-se entre o saber e a ignorância; e eis o que acontece: nenhum deus se ocupa em filosofar nem deseja se tornar sábio, pois já o é. E, de uma maneira geral, quando se é sábio não se filosofa; mas os ignorantes, também eles, não filosofam e não desejam se tornar sábios. É isso justamente que é deplorável na ignorância: não se é belo, nem bom, nem inteligente e, no entanto, se acredita sê-lo. Não se deseja uma coisa quando não se sente a sua falta. – Quem são, Diotima, perguntei, os que filosofam, se não são nem os sábios nem os ignorantes? – É muito claro, respondeu, até uma criança o veria imediatamente: os que se encontram entre os dois; e o Amor deve estar entre eles. A ciência, com efeito, está incluída entre as coisas mais belas; ora, o Amor é amor pelo belo; impõe-se, portanto, que o Amor seja filósofo e, por ser filósofo, que esteja no meio-termo entre o sábio e o ignorante. A causa disso está na origem, pois ele nasceu de um pai sábio e cheio de recursos e de uma mãe desprovida tanto de ciência quanto de recursos. É essa, meu caro Sócrates, a natureza desse demônio.
            Platão, Obras Completas. O Banquete, 203b-204b.

1)      Qual o principal tema deste texto de Platão?
2)      Segundo Platão o Amor possui uma dupla natureza. Destaque porque.
3)      Esta descrição do Banquete de Platão é um Fato Histórico ou um Mito? Explique.

As reflexões dos alunos sobre questões morais do nosso cotidiano.

O debate de nossas escolhas éticas:

Os casos abaixo foram reproduzidos do livro da professora Marilena Chaui "Convite à Filosofia". Os alunos ouviram inicialmente uma a introdução aos fundamentos filosóficos da Ética e da Moral. Depois em grupo debateram os casos relatados e produziram seus comentários. Oportunamente faremos uma reflexão crítica sobre o trabalho de cada grupo. TODAS AS QUESTÕES SÃO POLÊMICAS. Razão porque convidamos a sociedade contribuir neste debate. 

Caso 1
Vivemos certas situações, ou sabemos que foram vividas por outros, como situações de extrema aflição e angústia. Assim, por exemplo, uma pessoa querida, com uma doença terminal, está viva apenas porque seu corpo está ligado a máquinas que a conservam. Suas dores são intoleráveis. Inconsciente, geme no sofrimento. Não seria melhor que descansasse em paz? Não seria preferível deixá-la morrer? Podemos desligar os aparelhos? Ou não temos o direito de fazê-lo? Que fazer? Qual a ação correta?

Texto dos alunos
Grupo 1
“ Cada caso é um caso; dependendo do estado de vida da pessoa, se ela estiver só vegetando, sem nenhuma esperança de vida, concordamos em desligar os aparelhos. Mas caso contrário se houver alguma esperança achamos que a pessoas, os familiares e os médicos devem continuar lutando”

Caso 2
Uma jovem descobre que está grávida. Sente que seu corpo e seu espírito ainda não estão preparados para a gravidez. Sabe que seu parceiro, mesmo que deseje apoiá-la, é tão jovem e despreparado quanto ela e que ambos não terão como se responsabilizar plenamente pela gestação, pelo parto e pela criação de um filho. Ambos estão desorientados. Não sabem se poderão contar com o auxílio de suas famílias (se as tiverem).Se ela for apenas estudante, terá que deixar a escola para trabalhar, a fim de pagar o parto e arcar com as despesas da criança. Sua vida e seu futuro mudarão para sempre. Se trabalha, sabe que perderá o emprego, porque vive numa sociedade onde os patrões discriminam as mulheres grávidas, sobretudo as solteiras. Receia não contar com os amigos. Ao mesmo tempo, porém, deseja a criança, sonha com ela, mas teme dar-lhe uma vida de miséria e ser injusta com quem não pediu para nascer. Pode fazer um aborto? Deve fazê-lo?

Texto dos alunos
Grupo 1
“ Fazer o aborto ela até pode, mas no nosso ponto de vista ela não deve fazer. Como o próprio texto diz a criança não pediu para nascer e sendo assim a mãe deveria ter tomado as medidas necessárias, sabendo das conseqüências dos dias atuais. Estamos vivendo num mundo de preconceitos e discriminações. E ela (a mãe) deve dar o seu melhor, para tentar dar uma vida digna para o bebê. Ele (o bebê) não tem culpa da falta de responsabilidade dos pais.”
Grupo 2
“ Todos no grupo concordam que o aborto não é o mais correto. Só que em algumas ocasiões, por causa do medo e do desespero as pessoas optam por fazer o aborto e  sendo assim, não devem ser julgadas por esta atitude.”

Caso 3
Um pai de família desempregado, com vários filhos pequenos e a esposa doente, recebe uma oferta de emprego, mas que exige que seja desonesto e cometa irregularidades que beneficiem seu patrão. Sabe que o trabalho lhe permitirá sustentar os filhos e pagar o tratamento da esposa. Pode aceitar o emprego, mesmo sabendo o que será exigido dele? Ou deve recusá-lo e ver os filhos com fome e a mulher morrendo?

Texto dos alunos
Grupo 1
“ Nós aceitaríamos emprego desonesto ( nos termos colocado no texto) até arrumar outro trabalho, porque preferimos trabalhar desonestamente a ver meus filhos e minha esposa passar fome.”

Grupo 2
“Achamos que ele deve aceitar o emprego por mais que seja ilegal. É a família dele que está sofrendo, com fome. Achamos que quando o sofrimento da família está em jogo, fazemos qualquer coisa, agimos por instinto, por nossas escolhas (sic). E sabendo que mais tarde teremos certas conseqüências. Mas na hora só pensamos na família e acabar com o sofrimento deles”.

Caso 4
Um rapaz namora, há tempos, uma moça de quem gosta muito e é por ela correspondido. Conhece uma outra. Apaixona-se perdidamente e é correspondido. Ama duas mulheres e ambas o amam. Pode ter dois amores simultâneos, ou estará traindo a ambos e a si mesmo? Deve magoar uma delas e a si mesmo, rompendo com uma para ficar com a outra? O amor exige uma única pessoa amada ou pode ser múltiplo? Que sentirão as duas mulheres, se ele lhes contar o que se passa? Ou deverá mentir para ambas? Que fazer? Se, enquanto está atormentado pela decisão, um conhecido o vê ora com uma das mulheres, ora com a outra e, conhecendo uma delas, deve contar a ela o que viu? Em nome da amizade, deve falar ou calar?

Texto dos alunos

Grupo 1
“ Além de estar traindo ambas, está traindo a si mesmo, pois não sabe expressar seu sentimento e não conhece a si mesmo. O amor só existe com uma pessoa. Pois um ato de poligamia desestruturaria o relacionamento. Elas ficariam bem magoadas e sim, as amigas devem contar que estão sendo traídas.”

Grupo2
“ Estar amando duas pessoas na espécie humana é normal, pois ninguém manda em seus sentimentos, eles simplesmente acontecem. Só não é tolerável a traição. Se algum amigo presenciar algo assim, deve sim contar, pois ser amigo é ser fiel.”

Caso 5
Uma mulher vê um roubo. Vê uma criança maltrapilha e esfomeada roubar frutas e pães numa mercearia. Sabe que o dono da mercearia está passando por muitas dificuldades e que o roubo fará diferença para ele. Mas também vê a miséria e a fome da criança. Deve denunciá-la, julgando que com isso a criança não se tornará um adulto ladrão e o proprietário da mercearia não terá prejuízo? Ou deverá silenciar, pois a criança corre o risco de receber punição excessiva, ser levada para a polícia, ser jogada novamente às ruas e, agora, revoltada, passar do furto ao homicídio? Que fazer?


Texto dos alunos

Grupo 1
“ Em nossa opinião ela não deve denunciá-la, mas sim chamá-la para conversar e explicar para ela que aquilo não é certo e ela ( a criança) deveria pagar o que pegou.”

Grupo2
“Nós achamos que a mulher deveria pagar pelas frutas que o menino pegou, pois se fosse levado para a polícia, poderia voltar revoltado e atacar novamente”.


quinta-feira, 14 de abril de 2011

Senso Moral e Consciência Moral: nossa oitava aula - 12 de abril.

Tendo como referência o texto A existência ética (Capítulo 4) da Unidade 8 (O Munda da prática) do Livro Convite à Filosofia De Marilena Chaui Ed. Ática, São Paulo, 2000 trabalhamos com os alunos a seguinte dinâmica:

a) Introduzimos o tema da Ética seguindo as reflexões proposta pela professora Marilena Chaui, de acordo  com o livro indicado (ver link nesta página). As teorias do Valor presentes em toda a história da Filosofia (partindo das principais reflexões de Platão e Aristóteles) chegam até os nossos dias, conforme a síntese que retiramos do texto de Chaui:
"Para que haja conduta ética é preciso que exista o agente consciente, isto é, aquele que conhece a diferença entre bem e mal, certo e errado, permitido e proibido, virtude e vício. A consciência moral não só conhece tais diferenças, mas também reconhece-se como capaz de julgar o valor dos atos e das condutas e de agir em conformidade com os valores morais, sendo por isso responsável por suas ações e seus sentimentos e pelas conseqüências do que faz e sente. Consciência e responsabilidade são condições indispensáveis da vida ética."

b) Para promover este debate repassamos aos alunos os cinco casos retirados do livro de Marilena Chauis, que foram objeto destas reflexões. Em outro momento reproduziremos os textos elaborados pelos alunos:


 
Observações de calendário escolar: no período de 11 a 18 de abril os alunos estão realizando suas provas relativas ao primeiro bimestre, bem como o primeiro simulado. Nos próximos dias, após correção, faremos comentários sobre a prova de filosofia.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Política e Ética: Vamos nos programar para o segundo bimestre de 2011.

Ao mesmo tempo que sistematizamos tudo que aprendemos no primeiro bimestre do ano (termina de 29 de abril), vamos nos programar para nossa segunda etapa de 2011. De acordo com nosso calendário o segundo bimestre tem início no dia 1o de Maio e termina no dia 15 de julho. Para este período temos programado outro importante campo de investigação filosófica, que pode ser sintetizado nos seguintes termos:
 
2. AGIR E PODER
   
Nós teremos 10 aulas para o desenvolvimento deste conjunto de temas. Observem que agora entramos em um dos campos centrais da filosofia relacionados com a Ética e a Política. Vamos descobrir juntos porque este foram temas tão sagrados desde os filósofos como Sócrates, Platão, Aristóteles, Santo Agostinho, Tomas de Aquino (na Idade Média), depois na Idade Moderna, filósofos como Descartes, Kant, Rousseau, seguindo até os dias de hoje com o pensamento de Nietzsche,  Hegel, Marx, Sartre e tantos outros.
Seguindo nosso método farei postagens de Apostilas Virtuais para os que quiserem aprofundar nos temas. 


2.1. Os valores
         a. Ser e dever ser
         b. Universalidade e relatividade dos valores

2.2. Liberdade e determinismo

2.3. Indivíduo e comunidade
       a. Conflito
       b. Lei e justiça

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Nosso Luto. Nossa Dor.

HOJE ESTAMOS DE LUTO.

Treze alunos nossos (todos alunos são alunos de todos os professores), treze colegas nossos (todos os estudantes são colegas de todos os estudantes), treze filhos, irmãos, crianças foram brutalmente assassinadas, em uma Escola de Realengo, no Rio de Janeiro.

O assassino (um sociopata? faz sentido agora buscar definições?) também fora um de nossos alunos.

Hoje nos permitiremos apenas a dor do nosso luto. Nossas escolas e o sistema educacional estão de luto.

Por todos os professores e alunos do Escola Estadual Emílio de Vasconcelo Costa, Sete Lagoas, MG,

Olha ai moçada: Vamos revisar os temas debatidos em nosso primeiro bimestre.

Apenas como referencial vamos recordar de forma itemizada os principais pontos:

1 - "Alegoria da Caverna", também conhecida como a Caverna de Platão falava sobre que temas da filosofia?  Revejam quais os pontos centrais das teses de Platão apresentada nesta Alegoria.

2 - Os seres humanos possuem uma alma (psiquismo) distinta do corpo físico? Mente e cérebro são coisas diferentes? Como a mente está relacionada com o cérebro? Quando o cérebro morre a mente também morre?

3 - O dualismo, defendido por Platão e o monismo, defendido por Demócrito são teorias sobre o cérebro e a mente que perduram até os dias atuais.  

4 - Um homem e um cavalo, por exemplo, possuem os mesmos recursos dos sentidos para obter informações do meio em que vivem como a audição, visão, olfato, paladar e tato. Ambos possuem também um cérebro.

a - Porque o primeiro consegue construir uma cultura e fazer história e o segundo não?
b - A diferença estaria no cérebro dos dois entes?
c - A existência ou não de uma alma no homem poderia explicar ou não esta diferença?
d - A diferença poderia estar tão somente em processos evolutivos (evolução das espécies), que dota os homens de um cérebro mais complexo do que os dos cavalos? 
e - Podemos dizer que a consciência surge deste cérebro mais complexo ou não? Temos outras teorias para explicar como surge a consciência e qual sua relação com a mente e o cérebro?

5 - POSSUÍMOS LIVRE-ARBÍTRIO OU NOSSAS ESCOLHAS E DECISÕES SÃO CONDICIONADAS?

6 - A verdadeira liberdade pode ser apenas individual  (Platão e Sartre) ou ela possui também uma importante dimensão social (Espinoza, Hegel e Marx) ?
A liberdade apenas individual, sem sua dimensão social, pode transformar-se em fonte do individualismo e nos alienar da realidade social e política? 

7 - PARA QUEM QUER SE APROFUNDAR:

Revejam o texto de nossa apostila virtual sobre a história da Filosofia na Antiguidade Grega. 

No período socrático, Platão irá desenvolver em muitas de suas reflexões os conceitos de alma, Teoria das Idéias, possibilidade do conhecimento empírico procurando solucionar o impasse surgido entre as teorias dos filósofos

                  Heráclito (No mundo tudo está em permanente mudança - o real é o devir - muda sempre)  

                 Parmênides (O que muda é o mundo aparente. O real - o ser verdadeiro - é imutável).


Heráclito e Parmênides são os dois principais filósofos do período pré-socrático.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Um brinde aos alunos navegantes: ouçam e vejam a primeira apresentação pública de Roda Viva

RODA VIDA - 1967 - CHICO BUARQUE DE HOLANDA
EM 1968 O GOVERNO MILITAR EDITA O ATO INSTITUCIONAL Nº5 PONDO FIM A QUALQUER ATO DE LIBERDADE.
O EXERCICIO DA LIBERDADE PASSA A SER UM ATO CLANDESTINO. 

Parabéns turma. Vocês merecem.

Na aula de hoje retomamos o tema da Liberdade versus atos Condicionados. Lembramos as variantes da liberdade, como:

- Liberdade Individual (Platão, Aristóteles e nos tempos atuais, Sartre) e

- Liberdade Coletiva ou Social (Espinosa, Hegel e Marx).

Retomamos também o conceito de atos Condicionados, associado ao Determinismo, Fatalismo e Predestinação que abole nossa responsabilidade de escolha.

Conforme havíamos planejado discutimos estes temas a partir da música Roda Viva, de Chico Buarque de Holanda. Lembramos que a música foi escrita em 1967, três anos após o golpe militar de 1964. A ditadura militar, relembrada agora pelos seus 47 anos, teve como um dos seus lados mais amargos a abolição de toda forma de liberdade e crítica. A música do Chico tem como uma das chamadas centrais o verso: "A GENTE QUER TER VOZ ATIVA/ EM NOSSO DESTINO MANDAR". A dor e angústia de exercer este destino foi trazida para nosso dia a dia. Os alunos foram convidados, após refletirem sobre a letra da música, a escrever um pequeno texto com o tema central:
- No meu dia a dia eu tenho voz ativa? O que me impede de exercer minha voz ativa.

A participação dos alunos foi brilhante. Nos próximos dias postaremos seus comentários.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Plano de aula - dia 5 de Abril - Temos livre-arbítrio?

Em nossa aula do dia 22 de março passado fizemos um debate teórico sobre os conceitos de Livre-arbítrio e Comportamento Condicionado.

Agora vamos colocar este tema a partir de nossa vivência diária. Para isto vamos seguir um pequeno roteiro:

1 - Breve exposição sobre a música RODA VIDA do compositor Chico Buarque de Holanda. A música foi composta em 1967, época em que a Ditadura Militar, impunha censura ao nosso direito de crítica e de expressarmos nossas opiniões de forma livre e democrática (ver abaixo, no dia 24 de março, postagem sobre este assunto):

2 - Trabalho em Grupo tendo como referência a música Roda Viva:

Discuta com seu grupo e faça um pequeno texto com as seguintes questões:

Na minha vida, no meu dia a dia, eu também quero ter voz ativa? Para que? O que impede que eu realize minha voz ativa? Considere as seguintes alternativas:
a) Eu não quero mudar nada. As coisas estão bem na minha vida e é assim que eu me sinto feliz.
b) Meus pais não querem que eu tenha voz ativa. Acham que sou criança.
c) A sociedade me impede de ter voz ativa. Quando criticamos ou queremos mudar alguma coisa dizem que somos doidos ou irresponsáveis

domingo, 3 de abril de 2011

Construindo Nossa Apostila Virtual: 1 - História a Filosofia Antiga.

1 - Introdução

Toda a história da filosofia antiga é marcada por dois pontos centrais:
a) A verdade do mundo e dos humanos podia ser conhecida por todos, através da Razão, que é a mesma em todos. Assim a Filosofia nasce como conhecimento racional da ordem do mundo ou da Natureza (donde o nome cosmologia).
b) Se a realidade é um fato objetivo – exterior aos seres humanos – o maior desafio do saber filosófico é desenvolver uma metodologia, que através da razão, do pensamento, revele objetivamente esta realidade.

O primeiro período do pensamento grego toma a denominação de período naturalista (ou cosmológico), porque a nascente especulação dos filósofos é voltada para o mundo exterior, julgando-se encontrar aí também o princípio unitário de todas as coisas. Recebe a denominação cronológica de período pré-socrático, porque precede Sócrates e os sofistas, que marcam o começo de um novo período na história do pensamento grego. Esse primeiro período tem início no século VII século a.C., e termina dois séculos depois, mais ou menos, nos fins do século V. Os filósofos deste período preocuparam-se quase exclusivamente com os problemas cosmológicos. Estudar o mundo exterior nos elementos que o constituem, na sua origem e nas contínuas mudanças a que está sujeito, é a grande questão que dá a este período seu caráter de unidade. Pelo modo de a encarar e resolver, classificam-se os filósofos que nele floresceram em quatro escolas: Escola Jônica; Escola Itálica; Escola Eleática; Escola Atomística.
2- Os povos Indo-Europeus
Por uma questão de clareza, não se pode falar do mito grego sem antes traçar, um esboço histórico do que era a região antes da Grécia, isto é, antes da chegada dos Indo-Europeus ao território de Hélade.
Os gregos fazem parte de um vasto conjunto de povos designados com o nome convencional de Indo-Europeus. Estes, ao que parece, se localizavam, desde o quarto milênio, ao norte do Mar Negro, entre os Cárpatos e o Cáucaso, sem jamais, todavia, terem formado uma unidade sólida, uma raça, um império organizado e nem mesmo uma civilização material comum. Talvez tenha existido, isto sim, uma certa unidade lingüística e uma unidade religiosa. Pois bem, essa frágil unidade, mal alicerçada num "aglomerado de povos", rompeu-se, lá pelo terceiro milênio, iniciando-se, então, uma série de migrações, que fragmentou os Indo-Europeus em vários grupos lingüísticos, tomando uns a direção da Ásia (armênio, indo-iraniano, tocariano, hitita), permanecendo os demais na Europa (balto, eslavo, albanês, celta, itálico, grego, germânico). A partir dessa dispersão, cada grupo evoluiu independentemente e, como se tratava de povos nômades, os movimentos migratórios se fizeram no tempo e no espaço, durante séculos e até milênios, não só em relação aos diversos "grupos" entre si, mas também dentro de um mesmo "grupo". Assim, se as primeiras migrações indo-européias (indo-iranianos, hititas, itálicos, gregos) estão séculos distantes das últimas (baltos, eslavos, germânicos...), dentro de um mesmo grupo as migrações se fizeram por etapas. Desse modo, o grupo itálico, quando atingiu a Itália, já estava fragmentado, "dialetado", em latinos, oscos e umbros, distantes séculos uns dos outros, em relação à chegada a seu habitat comum.
Entre os helenos o fato ainda é mais flagrante, pois, como se há de ver, os gregos chegaram à Hélade em pelo menos quatro levas: jônios, aqueus, eólios e dórios e, exatamente como aconteceu com o itálico, com séculos de diferença entre um grupo e outro. Para se ter uma idéia, entre os jônios e os dórios medeia uma distância de cerca de oitocentos anos!
Se não é possível reconstruir, mesmo hipoteticamente, o império indo-europeu e tampouco a língua primitiva indo-européia, pode-se, contudo, estabelecer um sistema de correspondência entre as denominadas línguas indo-européias, no que se refere ao vocabulário comum e, partindo deste, chegar a certas estruturas religiosas e mitológicas (estudo comparado) dessa civilização.
O vocabulário comum mostra a estrutura patrilinear da família, o nomadismo, uma forte organização militar, sempre pronta para as conquistas e os saques. Igualmente se torna claro que os indo-europeus conheciam bem e praticavam a agricultura; criavam rebanhos e conheciam o cavalo. O vocabulário religioso é extremamente pobre. São pouquíssimos os nomes de deuses comuns a vários indo-europeus.
De qualquer forma os Indo-Europeus tinham elaborado uma teologia e uma mitologia específicas. Uma de suas conclusões maiores foi a descoberta da estrutura funcional da sociedade e da ideologia dos indo-europeus, estrutura essa fundamentada na tríplice função religiosa dos deuses: Soberania (sacerdotes – Zeus); Força (Guerreiros – Ares) e Fecundidade (Campônios – Deméter). Esta estrutura estava presente, além dos Gregos, entre os indo-iranianos, escandinavos e romanos.
Esta concepção de uma relação fundamental da organização social e sua mitologia será objeto das reflexões do surgimento do pensamento filosófico.
3 – O Mito e Filosofia
A professora, Marilena Chauí (in Convite à Filosofia -Ed. Ática, São Paulo, 2000) introduz o debate sobre o surgimento da filosofia, indagando se este saber teria nascido de uma ruptura radical com os mitos. Na seqüência ela lança a indagação do que é o mito, expondo sinteticamente a seguinte definição: - Um mito é uma narrativa sobre a origem de alguma coisa (origem dos astros, da Terra, dos homens, das plantas, dos animais, do fogo, da água, dos ventos, do bem e do mal, da saúde e da doença, da morte, dos instrumentos de trabalho, das raças, das guerras, do poder, etc.). Ele produz esta narrativa por meio de lutas, alianças e relações sexuais entre forças sobrenaturais que governam o mundo e o destino dos homens. Como os mitos sobre a origem do mundo são genealogias, diz-se que são cosmogonias e teogonias.
Assim colocado, voltamos a questão inicial: o povo grego ao manifestar seu espanto perante a natureza, seus acontecimentos, a repetição dos fenômenos naturais, as novas descobertas, possibilitadas pelo desenvolvimento ainda que rudimentar de novas tecnologias (a náutica por exemplo, que possibilitou a descoberta de que a Terra não possuía o formato descrito nos mitos), ao perceber e transformar este espanto em perguntas: será que é assim? O que será de fato? – permitindo a formação do espaço inicial do da reflexão – promoveu uma ruptura com sua visão mítica da realidade?
Entendemos que existe mais de uma alternativa como resposta a esta questão. Na primeira, concordamos com a professora Chauí,que narra as diferenças entre a filosofia e o mito conforme reproduzimos abaixo:
“A Filosofia, percebendo as contradições e limitações dos mitos, foi reformulando e racionalizando as narrativas míticas, transformando-as numa outra coisa, numa explicação inteiramente nova e diferente”.
Quais são as diferenças entre Filosofia e mito? Podemos apontar três como as mais importantes:
a). O mito pretendia narrar como as coisas eram ou tinham sido no passado imemorial, longínquo e fabuloso, voltando-se para o que era antes de tudo existisse tal como existe no presente. A Filosofia, ao contrário, se preocupa em explicar como e por que, no passado, no presente e no futuro (isto é, na totalidade do tempo), as coisas são como são;
b). O mito narrava a origem através de genealogias e rivalidades ou alianças entre forças divinas sobrenaturais e personalizadas, enquanto a Filosofia, ao contrário, explica a produção natural das coisas por elementos e causas naturais e impessoais.
O mito falava em Urano, Ponto e Gaia; a Filosofia fala em céu, mar e terra. O mito narra a origem dos seres celestes (os astros), terrestres (plantas, animais, homens) e marinhos pelos casamentos de Gaia com Urano e Ponto. A Filosofia explica o surgimento desses seres por composição, combinação e separação dos quatro elementos - úmido, seco, quente e frio, ou água, terra, fogo e ar.
c). O mito não se importava com contradições, com o fabuloso e o incompreensível, não só porque esses eram traços próprios da narrativa mítica, como também porque a confiança e a crença no mito vinham da autoridade religiosa do narrador. A Filosofia, ao contrário, não admite contradições, fabulação e coisas incompreensíveis, mas exige que a explicação seja coerente, lógica e racional; além disso, a autoridade da explicação não vem da pessoa do filósofo, mas da razão, que é a mesma em todos os seres humanos.”
Todavia temos que considerar outras vertentes sobre sobe o que chamamos de consciência mítica, conforme uma abordagem mais antropológica destacando seu papel como uma realidade simbólica.
A consciência mítica ainda está viva e atuante. O mito, quando estudado ao vivo, não é uma explicação destinada a satisfazer uma curiosidade científica, mas uma narrativa que faz reviver uma realidade primordial, que satisfaz profundas necessidades religiosas, aspirações morais, a pressões e a imperativos de ordem social e mesmo a exigências práticas. Ele desempenha uma função indispensável: exprime, exalta e codifica a crença; salvaguarda e impõe os princípios morais; garante a eficácia do ritual e oferece regras práticas para a orientação do homem. E é precisamente esta visão que nos impede de ver o nascimento da filosofia como uma ruptura à narrativa mítica, senão como uma nova vertente de construção do saber.
4 - Condições históricas para o surgimento da Filosofia
Não foi acidental o nascimento da filosofia na Grécia, no final do século VII e início do século VI antes de Cristo.
A historiografia permite-nos identificar algumas condições históricas para isto, conforme resumimos a seguir:
a) O surgimento das cidades, como espaço político de exercício da cidadania e seus contratos sociais;
b) O nascimento de recursos simbólicos de comunicação abstrata como: a escrita alfabética, a moeda (alterando a qualidade dos processos de troca) e o calendário (como uma dimensão social de organização do tempo);
c) O surgimento da política, juntamente com a formulação de Leis (relações contratuais negociadas); o espaço público e o direito à cidadania e o florescimento do argumento, através do discurso, como instrumento de convencimento.
d) A grande expansão das viagens marítimas, que promoveu uma grande revolução na percepção do espaço e o desaparecimento de alguns mitos, associados à força dos mares.
Seguramente esta conjugação de fatores tenha sido uma ocorrência singular do ponto de vista da história das culturas, mas foi precisamente este arranjo histórico que constituiu a base material, psicológica e espiritual para a emergência desta forma particular de conhecer o universo.Os aspectos mais singulares do surgimento da filosofia na Grécia podem ser resumidos da seguinte forma:
a) Com relação aos mitos: os gregos deram racionalidade a narrativas sobre as origens das coisas, dos homens, das instituições humanas (como o trabalho, as leis, a moral);
b) Com relação aos conhecimentos: os gregos transformaram em ciência aquilo que eram elementos de uma sabedoria prática para o uso direto na vida.
c) Os gregos inventaram a política (palavra que vem de polis, que, em grego, significa cidade organizada por leis e instituições).Instituíram práticas pelas quais as decisões eram tomadas a partir de discussões e debates públicos e eram adotadas ou revogadas por voto em assembléias públicas; porque estabeleceram instituições públicas (tribunais, assembléias, separação entre autoridade do chefe da família e autoridade pública, entre autoridade político-militar e autoridade religiosa) e sobretudo porque criaram a idéia da lei e da justiça como expressões da vontade coletiva pública e não como imposição da vontade de um só ou de um grupo, em nome de divindades. Os gregos criaram a política porque separaram o poder político e duas outras formas tradicionais de autoridade: a do chefe de família e a do sacerdote ou mago;
d). Com relação ao pensamento: diante da herança recebida, os gregos inventaram a idéia ocidental da razão como um pensamento sistemático que segue regras, normas e leis de valor universal.
5 - O nascimento da Filosofia – Período Cosmológico
A filosofia nasceu na cidade de Mileto, com o primeiro filósofo Tales de Mileto, concebida como uma cosmologia. Em seu nascimento ela busca o conhecimento racional da ordem do mundo ou da Natureza..
Em um período da história humana em que o saber filosófico pouco se distinguia do saber científico, é verdadeiramente notável o conceito formulado pelos filósofos naturalistas.De fato este é um marco central de evolução em relação ao pensamento mítico. E há mesmo um nível de sofisticação na construção dos conceitos, que gostaríamos de aprofundar na própria historiografia para entender os filósofos desta época da.Em primeiro lugar a idéia de buscar elementos fundamentais na natureza, para então formular teorias sobre o universo está na base da própria formulação sobre os conceitos iniciais da descoberta do átomo.Abstrações como de Anaximandro chegam a surpreender pela genialidade de sua formulação: um princípio natural - o ápeiron - como fonte de todos os demais processos naturais revela um nível de maturidade muito elevado. Mesmo sua idéia sobre a ordem do mundo, regulada por opostos - encontra uma interessante ressonância com os princípios contemporâneos da dialética. O equilíbrio pela relação entre os opostos tem uma equivalente no pensamento oriental nos princípios do Tao, que ainda hoje fundamenta a medicina tradicional oriental.Sabemos da distância destes períodos históricos. Mas recordamos estas aproximações como forma de reafirmar a maturidade do pensamento pré-socrático.
As principais características da cosmologia são:
Em um resumo geral das características do período cosmológico podemos observar que os filósofos deste período fundamentalmente buscam uma explicação racional e sistemática sobre a origem, ordem e transformação da Natureza, da qual os seres humanos fazem parte, sendo humanos e natureza, pela sua identidade, explicados pela filosofia.. Esta Natureza é eterna e tudo se transforma em outra coisa sem jamais desaparecer. Não é possível dizer que o mundo tenha vindo de algo, pois possui um fundo eterno, incriado. Este fundo, que é o elemento primordial da Natureza chama-se physis e só é visível ao pensamento (não pode ser visto por nossos sentidos). Embora a physis (o elemento primordial eterno) seja imperecível, ela dá origem a todos os seres infinitamente variados e diferentes do mundo, seres que, ao contrário do princípio gerador, são perecíveis ou mortais. Outro princípio familiar aos filósofos deste período e que todos os seres, além de serem gerados e de serem mortais, são seres em contínua transformação, mudando de qualidade e de quantidade; esta também é uma característica do mundo está em mudança contínua, sem por isso perder sua forma, sua ordem e sua estabilidade. Todo este processo, que é percebido como movimento possui uma designação: é chamado devir, sendo a passagem contínua de uma coisa ao seu estado contrário e essa passagem não é caótica, mas obedece a leis determinadas pela physis ou pelo princípio fundamental do mundo. Finalmente vale registrar que os diferentes filósofos escolheram diferentes physis em seus modelos, isto é, cada filósofo encontrou motivos e razões para dizer qual era o princípio eterno e imutável que está na origem da Natureza e de suas transformações. Assim, Tales dizia que o princípio era a água ou o úmido; Anaximandro considerava que era o ilimitado sem qualidades definidas; Anaxímenes, que era o ar ou o frio; Heráclito afirmou que era o fogo; Leucipo e Demócrito disseram que eram os átomos. E assim por diante.
6 Principais Escolas
Os principais filósofos pré-socráticos foram:
● filósofos da Escola Jônica: Tales de Mileto, Anaxímenes de Mileto, Anaximandro de Mileto e Heráclito de Éfeso;
● filósofos da Escola Itálica: Pitágoras de Samos, Filolau de Crotona e Árquitas de Tarento;
● filósofos da Escola Eleata: Parmênides de Eléia e Zenão de Eléia;
● filósofos da Escola da Pluralidade: Empédocles de Agrigento, Anaxágoras de Clazômena, Leucipo de Abdera e Demócrito de Abdera.
Referências e consultas

Coleção Os Pensadores, Os Pré-socráticos, Abril Cultural, São Paulo, 1.ª edição, vol.I, agosto 1973.
CHAUÍ, Marilene “Convite à Filosofia” – Edição na Internet – Pausa Para Filosofia – 14 de fevereiro de 2003.
KIRK, G. S. Os filósofos pré-socráticos: historia critica em seleção de textos. 4. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1994.
PRÉ-SOCRÁTICOS. Fragmentos doxografia e comentários. 2. São Paulo: Abril Cultural, 1996. 1 (OS PENSADORES).
Outras fontes de consulta na Internet sites: Ateus.net; Mundo dos Filósofos; Consciência.

Texto de autoria de Frederico Ozanam Drummond
São Paulo, 13 de maio de 2006