segunda-feira, 28 de março de 2011

Convite à reflexão: Porque a luta por uma melhor educação é uma luta política.



“(...)O movimento para a liberdade, deve surgir e partir dos próprios oprimidos, e a pedagogia decorrente será " aquela que tem que ser forjada com ele e não para ele, enquanto homens ou povos, na luta incessante de recuperação de sua humanidade". Vê-se que não é suficiente que o oprimido tenha consciência crítica da opressão, mas, que se disponha a transformar essa realidade; trata-se de um trabalho de conscientização e politização (http://www.centrorefeducacional.pro.br/paulo.html)(...)”

O trecho acima, do pedagogo Paulo Freire, constitui uma qualificada síntese do que constitui a promoção da educação para a cidadania. A sociologia da educação assim vista não perde a perspectiva de suas condicionantes históricas: o exercício da cidadania é um caminho de recuperação da humanidade. E cidadania aqui é a ação que transforma e que tem na educação sua fonte de alimentação.
O estado, e no caso particular do Estado Brasileiro, à medida que consolida sua democracia, dentro de uma ordem capitalista, abre espaço para as disputas de hegemonia: o oprimido vive uma situação histórica e, constrói sua reação emancipadora, como reação dialética à sua alienação.
A própria educação passa a ser alvo das disputas por hegemonias: enquanto o capital constrói e exerce seu modelo de educar para a “mais produtividade”, sem se ocupar com a natureza do desemprego estrutural, o trabalho educa para a “mais humanidade”, sabendo que a educação e qualificação profissional por si não garante a “mais cidadania”, que só se viabiliza no âmbito da radicalização da democracia, quanto a inclusão integral dos seres humanos.
Assim estamos claramente de ante de dois ciclos: o ciclo do capital, que em sua natureza mantém o desemprego estrutural (mecanismo de manutenção da reserva da mão de obra, que pressiona para baixo o valor desta mão de obra) e pode fazê-lo no seio de um amplo programa de formação e qualificação tecnológica de sua mão-de-obra e de outro do ciclo do trabalho, que busca na educação, não apenas o desenvolvimento tecnológico, mas também a humanização e emancipação dos sujeitos da história.



Texto de Frederico Drummond - professor de filosofia

domingo, 27 de março de 2011

A Liberdade Comprometida.


A verdadeira liberdade não pode ser individual (como defendia Platão e depois Sartre), sob o risco de cairmos no individualismo e no egoísmo, traços perversos do Liberalismo.

A verdadeira liberdade só é emancipadora quando se expressa coletivamente (intersubjetividade), por meio da solidariedade e da compaixão.

Esta visão cultural e histórica da liberdade foi expressa por Espinosa, Hegel e Marx. Os humanos são ontologicamente seres relacionais ("Nenhum homem é uma ilha").

O movimento ambientalista mostra também o comprometimento planetário da liberdade, na forma como nos fala o teólogo Leonardo Boff.

A verdadeira liberdade é desta forma ecológica, em suas múltiplas dimensões (pessoal social e planetária)

Texto de Frederico Drummond

sexta-feira, 25 de março de 2011

Matrix, Mito da Caverna, Roda Vida: alegorias que falam de nossa alienação?

1 - A música do Chico Buarque - Roda Viva - diz: "Agente quer ter voz ativa...em nosso destino mandar... mas eis que chega a Roda Viva...e carrega o destino prá lá..."
2 - A música dos Titãs pergunta: " Você tem sede que? Você tem fome de que?" 
3 - E nós, quando acordamos pela manhã, vamos ao banheiro, escovamos os dentes, tomamos um banho, vestimos nossa roupa, tomamos café e saímos para a rua. Alguns irão pegar um ônibus para o trabalho; outros virão para escola. Por volta do meio dia fazemos uma refeição, que chamamos almoço. A tarde seguimos outras rotinas: estudamos, trabalhamos, dormimos, namoramos, assistimos TV, conversamos ao MSN, acessamos o ORKUT. A noite fazemos uma outra refeição, que chamamos jantar. Depois seguimos outras rotinas. Mais tarde caímos no sono da noite. Às vezes lembramos de nossos sonhos. A maioria das vezes não. 
4 - Passamos os dias esperando o fim de semana, para uma balada ou para descansar. Passamos o ano esperando as férias, para uma viagem ou para descansar. Passamos a vida esperando a aposentadoria, para não trabalhar mais e descansar.   Esta é a nossa liberdade? 
5 - Afinal - "Agente tem fome de que?" - "Agente quer ter voz ativa" para quê? Esta é a nossa liberdade? Ou a nossa prisão? Ou existem outras respostas? 



6 - Muitas vezes, como em Matrix, preferimos o "conforto" da nossa falta de liberdade; da nossa falta de escolhas.

quinta-feira, 24 de março de 2011

"Você tem sede de que? Você tem fome de que?...'

Comida

Titãs

Composição: Arnaldo Antunes / Marcelo Fromer / Sérgio Britto



Bebida é água!
Comida é pasto!
Você tem sede de que?
Você tem fome de que?...
A gente não quer só comida
A gente quer comida
Diversão e arte
A gente não quer só comida
A gente quer saída
Para qualquer parte...
A gente não quer só comida
A gente quer bebida
Diversão, balé
A gente não quer só comida
A gente quer a vida
Como a vida quer...
Bebida é água!
Comida é pasto!
Você tem sede de que?
Você tem fome de que?...
A gente não quer só comer
A gente quer comer
E quer fazer amor
A gente não quer só comer
A gente quer prazer
Prá aliviar a dor...
A gente não quer
Só dinheiro
A gente quer dinheiro
E felicidade
A gente não quer
Só dinheiro
A gente quer inteiro
E não pela metade...
Bebida é água!
Comida é pasto!
Você tem sede de que?
Você tem fome de que?...
A gente não quer só comida
A gente quer comida
Diversão e arte
A gente não quer só comida
A gente quer saída
Para qualquer parte...
A gente não quer só comida
A gente quer bebida
Diversão, balé
A gente não quer só comida
A gente quer a vida
Como a vida quer...
A gente não quer só comer
A gente quer comer
E quer fazer amor
A gente não quer só comer
A gente quer prazer
Prá aliviar a dor...
A gente não quer
Só dinheiro
A gente quer dinheiro
E felicidade
A gente não quer
Só dinheiro
A gente quer inteiro
E não pela metade...
Diversão e arte
Para qualquer parte
Diversão, balé
Como a vida quer
Desejo, necessidade, vontade
Necessidade, desejo, eh!
Necessidade, vontade, eh!
Necessidade...

"A gente quer ter voz ativa...No nosso destino mandar...Mas eis que chega a roda viva..."

1 - Será que percebemos melhor o nossa liberdade quando ela é ameaçada ou quando a perdemos?

2 - Será que nossa liberdade não é ameaçada todos os dias, quando perdemos a " voz ativa" sobre nosso destino? Em nosso dia a dia nós temos realmente voz ativa sobre nosso destino?

3 - Porque na Inconfidência Mineira foi adotado o lema: "Libertas Quae Sera Tamen", que  está na bandeira oficial do Estado de Minas?

4 - A música Roda Vida (ver letra abaixo) do compositor e escritor Chico Buarque de Holanda trás que mensagens para nossas buscas e inquietações?
Roda Viva
Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu…
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega o destino prá lá …
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração…
A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir

Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a roseira prá lá…
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração…
A roda da saia mulata
Não quer mais rodar não senhor
Não posso fazer serenata
A roda de samba acabou…
A gente toma a iniciativa
Viola na rua a cantar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a viola prá lá…
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração…
O samba, a viola, a roseira
Que um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou…
No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a saudade prá lá …
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas rodas do meu coração…


QUANDO UMA DITADURA MILITAR AMEAÇA O EXERCÍCIO DA LIBERDADE:

(...)A canção Roda-viva, de Chico Buarque faz parte da famosíssima peça de mesmo nome, escrita em 1967 e que, um ano depois, sob a direção de José Celso Martinez Corrêa, recebeu montagem à altura, no teatro Oficina. Chico Buarque, que até então era “a única unanimidade brasileira”, nas palavras de Millôr Fernandes, chocou parte de seu público com a radicalidade crítica e o tom francamente agressivo da peça.
Mas vamos à letra Roda-viva: ela tem um chão histórico específico, ou seja, os obscuros anos da ditadura. É desse tempo que ela data e é o que esse tempo representou para a experiência brasileira que ela aborda e cifra. Eu falei em “cifra”? Sim, a palavra cifra tem, além da acepção comercial que conhecemos, o sentido de explicação de escrita hermética, enigmática, e, por extensão, passa a significar essa própria escrita. Decifrar é justamente tirar a cifra, tornar o texto claro, interpretá-lo. Como dissemos, a composição de Chico se originou em meio ao turbilhão da instauração da ditadura militar no Brasil. Ditadura que representava, para a cultura, simplesmente o fim da liberdade de expressão. Um meio muito utilizado na época (e, de um modo geral, em períodos não democráticos, no Brasil e em outros países) para driblar a censura foi a metáfora, o despistamento, a linguagem figurada, a cifra. Alguns escritores e jornalistas falavam aparentemente de flores e rouxinóis, quando estavam se referindo à situação político-social brasileira. (...)

terça-feira, 22 de março de 2011

Diário de Classe: Uma autocrítica sobre o método de uma aula.

O magistério da filosofia pressupõem o exercício da autocrítica na formação de juizos críticos sobre "o  fazer" do próprio professor. E esta reflexão que estou elaborando agora, relativa à nossa última aula com o tema:

POSSUIMOS LIVRE-ARBÍTRIO OU NOSSAS ESCOLHAS, DECISÕES E JUIZOS SÃO CONDICIONADOS?

Em minha avaliação a metodologia que utilizei no desenvolvimento deste tema mostrou-se inadequada, não tendo assim eu, o como professor, alcançado o resultado pretendido.
Postarei estas reflexões nos próximos dias, apontando as principais dificuldades encontradas pelos alunos e a formulação de novas abordagens e metodologias para o estudo este tema.

segunda-feira, 21 de março de 2011

POSSUIMOS LIVRE-ARBÍTRIO OU NOSSAS ESCOLHAS, DECISÕES E JUIZOS SÃO CONDICIONADOS?

Escola Estadual Emílio de Vasconcelos Costa – Sete Lagoas, MG – 2011

Período: março de 2011

I - Conteúdo Básico:

1 – O Ser Humano

Eixos: NATUREZA E CULTURA - CORPO E PSIQUISMO

NA FRONTEIRA DE TODOS OS SABERES:
POSSUIMOS LIVRE-ARBÍTRIO OU NOSSAS ESCOLHAS, DECISÕES E JUIZOS SÃO CONDICIONADOS?

Livre-arbítrio é a doutrina filosófica que defende que a pessoa tem o poder de escolher suas ações.
A expressão costuma ter conotações objetivistas e subjetivistas. No primeiro caso indicam que a realização de uma ação por um agente não é completamente condicionada por fatores antecedentes. No segundo caso indicam a percepção que o agente tem que sua ação originou-se na sua vontade. Tal percepção é chamada algumas vezes de "experiência da liberdade".
A existência do livre-arbítrio tem sido uma questão central na história da filosofia e na história da ciência. O conceito de livre-arbítrio tem implicações religiosas, morais, psicológicas e científicas. Por exemplo, no domínio religioso o livre-arbítrio pode implicar que uma divindade onipotente não imponha seu poder sobre a vontade e as escolhas individuais. Em ética, o livre-arbítrio pode implicar que os indivíduos possam ser considerados moralmente responsáveis pelas suas ações. Em psicologia, ele implica que a mente controla certas ações do corpo
Determinismo é a teoria filosófica de que todo acontecimento (inclusive o mental) é explicado pela determinação, ou seja, por relações de causalidade.

Tipos básicos de determinismo

  • Pré-determinismo: Se, como Laplace, o deísmo e o behaviorismo, supuséssemos que todo efeito já está completamente presente na causa, temos um determinismo mecanicista onde a determinação é colocada no passado, numa cadeia causal totalmente explicada pelas condições iniciais do universo.
  • Pós-determinismo: Se, como na teleologia, supuséssemos que toda causalidade do universo é determinada por alguma finalidade, temos um determinismo mecanicista onde a determinação é posta no futuro pela imaginação de alguma entidade exterior ao universo causal (Deus).
  • Co-determinismo: Se, como na teoria do caos, na teoria da emergência ou no conceito de rizoma, supuséssemos que nem todo efeito está totalmente contido na causa, isto é, que o próprio efeito pode simultaneamente interagir (causalmente) com outros efeitos, podendo inclusive acarretar um nível de realidade diferente do nível das causas anteriores (por exemplo, a interação no nível molecular formando um outro nível de realidade, a vida, ou a interação entre indivíduos formando um outro nível de realidade, a sociedade), temos um determinismo onde a determinação é colocada no presente ou na simultaneidade dos processos.

Determinismo e liberdade

Os críticos do determinismo reivindicam a não-causalidade para justificar o livre-arbítrio e a livre escolha [1], geralmente atribuindo aos deterministas um mecanicismo ou fatalismo tal como no pré-determinismo e no pós-determinismo citados acima [2]. O que acima de tudo diferencia os deterministas, quaisquer que sejam, de seus críticos é a afirmação destes últimos de que a alma, a vontade, o desejo e a escolha existem num universo à parte, separado do universo causal.
Para os críticos do determinismo, só essa posição dominante e exterior da alma pode explicar a liberdade. No entanto, há quem considere que essa crítica não leva em conta o terceiro exemplo de determinismo (co-determinismo), que reconhece modos de causalidade que engendram vários níveis de realidade (por exemplo, molecular, biológico, psíquico, social, planetário...), cada qual com uma consistência que lhe dá autonomia, jamais cessando, porém, de interagir com os outros níveis.
Filósofos tais como Nicolai Hartmann, Deleuze, Espinoza e Nietzsche não veem contradição alguma entre determinismo radical e liberdade. Para Deleuze, liberdade não é livre escolha nem livre-arbítrio, mas sim criação. Somos livres porque somos imanentes ao mundo determinista, mundo onde não existe nada que seja singularmente determinado que não seja ao mesmo tempo singularmente determinante. Se supuséssemos que somos exteriores ao mundo determinista, cai-se num determinismo inerte passadista (pré-determinismo), onde, segundo ele, só nos resta a liberdade empobrecida chamada livre-arbítrio e livre escolha, que é pré-determinismo porque toda escolha e arbítrio se dá entre duas ou mais entidades dadas, isto é, já determinadas, já criadas
(acesso dia 21/03/2011)

CAROS ALUNOS: CONFIRAM NOSSO BLOG NO SITE DO MEC.

Ministério da Educação

domingo, 20 de março de 2011

Registro de Sala de Aula 15/03/2011- Comentados

Como dissemos em nossa postagem anterior, os alunos foram defrontados  com as seguintes proposições:

Um homem e um cavalo possuem os mesmos recursos dos sentidos para obter informações do meio em que vivem como a audição, visão, olfato, paladar e tato. Ambos possuem também um cérebro.

1 - Porque o primeiro consegue construir uma cultura e fazer história e o segundo não?

2 - A diferença estaria nas características do cérebro humano (mais evoluído) quando comparado com o cérebro de outros animais (menos evoluídos)?

3 - A existência ou não de uma alma no homem poderia explicar ou não esta diferença?

4 - Podemos dizer que a consciência surge deste cérebro mais complexo ou não? Temos outras teorias para explicar como surge a consciência e qual sua relação com a mente e o cérebro?

A partir destas colocações solicitamos aos alunos que formassem grupos de debate e elaborassem um pequeno texto respondendo à seguinte questão


Os seres humanos possuem uma alma? Ela é diferente do corpo físico? Porque você pensa assim?

Os textos estão reproduzidos abaixo. Sobre eles podemos fazer as seguintes observações:

1 – A grande maioria dos alunos manifesta o conceito, originário das religiões, que a consciência é propriedade de uma alma imortal.
2 – Sendo a alma imortal ela, naturalmente, difere do corpo físico, que é mortal (visão conhecida como dualista).

3 – A alma, além de princípio inteligente, é princípio vital. Ela dá vida ao corpo ou permanece neste enquanto o corpo está vivo.

4 – A alma foi dada aos seres humanos por Deus e sua destinação após a morte do corpo pode ser alguma dimensão transcendental ou pode retornar a um novo corpo, segundo a teoria da reencarnação.

5 – Uma pequena minoria dos alunos considerou a consciência como produto do cérebro evoluído, não reconhecendo ainda qualquer princípio imortal como fator de vitalidade. Quando o corpo morre, a alma também morre (visão conhecida como monista). 

6 – A visão de uma alma imortal, sede das idéias como Belo, Puro e  Nobre, criada por uma divindade está de acordo com a Teoria da Alma, de Platão. Estas idéias alimentaram depois as teorias de Aristóteles, que por sua vez, serviu de base para o pensamento teológico de Tomaz de Aquino, na Idade Média, estando ainda presente em boa parte das teorias cristãs contemporânea. Estes filósofos são da corrente dualista.

7 – Demócrito (460 a 370 a.C.) foi um dos mais importantes monistas dentre os filósofos da antiguidade grega. Criou uma robusta teoria sobre os átomos. De acordo com seu entendimento a alma era mortal tanto quanto o corpo. Entende-se como uma visão monista.

8 –  Um dos significados da palavra grega Psyquê é Alma, que dá origem à palavra Psicologia.

9 - Minha observação como professor:

ao contrário de muitos outros professores meu entendimento é que a separação dualista X monista empobrece a visão da consciência. Pelo menos uma corrente importante - conhecida como holográfica - precisa ser melhor examinada pelos pesquisadores da filosofia.


Segue reprodução dos textos dos alunos:

Turmas da 2ªB


Grupo 1

No nosso consenso o ser humano tem alma imortal, pois a alma é totalmente diferente do corpo; pois não tem uma forma física, porque ela é a forma (de) com que cada um de nós pensa.

Grupo 2

No nosso grupo duas pessoas acreditam em Deus e que os seres humanos possuem uma alma. Mas uma colega discorda; ela acha que todo ser evoluiu e continua evoluindo.


Grupo 3

Nós concordamos que o ser humano possui uma alma; acreditamos no poder divino, do qual fomos criados e que nossa alma é imortal, apenas nosso corpo morre.

Grupo 4

Sim, porque a alma é diferente do corpo físico no modo de agir e pensar.

Grupo 5

A alma é essencial para o”pensar” das pessoas, o sentir e outras coisas que a alma é essencial para o ser humano.

Turmas da 2ªA

Grupo 1

Os seres humanos possuem corpo, alma e espírito. A nossa alma é diferente do nosso corpo físico. Pois achamos que a alma é nossa energia e o corpo sem alma é um corpo morto; e uma alma sem corpo é a lógica; quando o corpo morre a alma vai para o céu ou inferno e o espírito automaticamente vai para Deus (segundo “minha”  religião).

Grupo 2

Cada ser humano possui um cérebro e sua razão; ,mas nem sempre deixando de ter sua fé, que são coisas completamente diferentes. Sendo assim acreditamos no dualismo.
Grupo 3

Sim, porque sem a alma você (não teria nascido?). E sem a alma você não seria nada na terra; e o seu corpo ia ficar deitado, sem mexer; porque a alma sai do seu corpo e fica vagando até ir para o céu.


Grupo 4

Sim. Todos nós acreditamos que o ser humano possui uma alma; porque acreditamos que somos compostos de corpo e alma. Temos uma visão monista (?).

Grupo 5


Sim, os seres humanos possuem alma e, acreditamos que possa ser diferente do corpo físico. Temos diferentes opiniões. Uns acreditam em reencarnação; quando o corpo morre a alma (é) reconstituída e reencarna em um novo corpo. E (existe) também a idéia de que o corpo morre e a alma vai para algum (lugar?), mas não constitui um novo corpo.


Turmas da 2ª


Grupo 1

Sim. O homem possui alma, pois possui a habilidade de raciocinar juntamente com o cérebro e assim realizar diversas tarefas. Enquanto (em quanto?) animais possui espírito que serve apenas para desempenhar uma função.

Grupo 2

Sim, o ser humano possui uma alma, pois é através da sua alma que o ser humano vive, cresce, depois morre; o seu corpo morre, mas sua alma não.
A alma é diferente do físico, pois ela está no interior do ser humano e não tem nada a ver com o físico. Pensamos assim porque achamos que o corpo e a alma são muito diferentes.


Sistematização e comentários: Professor Frederico

quinta-feira, 17 de março de 2011

Diário de Classe: Um debate sobre a existência da alma e sua relação com o psiquismo.

Acompanhe o debate envolvendo estes conceitos:
Corpo e Alma
Dualismo e Monismo
Racionalidade e Desejo
Consciência e Inconsciente
Mente e cérebro
Esquema para o debate proposto em classe:
Um homem e um cavalo, por exemplo, possuem os mesmos recursos dos sentidos para obter informações do meio em que vivem, como a audição, visão, olfato, paladar e tato. Ambos possuem também um cérebro.
1 - Porque o primeiro consegue construir uma cultura e fazer história e o segundo não?
2 - A diferença estaria nas caracteristicas do cérebro humano (mais evoluido) quando comparado com o cérebro de outros animais (mais simples e menos complexos)? 
3 - A existência ou não de uma alma no homem poderia explicar ou não esta diferença?
4 - A diferença poderia ser explicada a partir dos processos evolutivos (evolução das espécies), que dotou os homens de um cérebro mais complexo do que os dos cavalos? 
5 - Podemos dizer que a consciência surge deste cérebro mais complexo ou não? Temos outras teorias para explicar como surge a consciência e qual sua relação com a mente e o cérebro?

IREMOS INICIAR NOSSAS BUSCAS DE UMA EXPLICAÇÃO A PARTIR DAS TEORIAS DA ALMA DE PLATÃO.
CONFIRA NO LINK NO LADO DIREITO DESTA PÁGINA,  


OBSERVAÇÃO: Já iniciamos este debate em sala de aula. No final de semana postaremos alguns comentários dos alunos sobre esta questão.

segunda-feira, 14 de março de 2011

4 - Corpo e Psiquismo: os seres humanos possuem uma alma distinta do corpo?

A discussão envolvendo as noções de corpo/cérebro/mente está presente no debate filosófico desde os primeiros filósofos da antiguidade grega. No período socrático, Platão irá desenvolver em muitas de suas reflexões os conceitos de alma, Teoria das Ideias, possibilidade do conhecimento empírico procurando solucionar o impasse surgido entre as teorias dos filósofos Heráclito (No mundo tudo está em permanente mudança) e Parmênides (O que muda é o mundo aparente. O real - o ser verdadeiro - é imutável).
Este debate percorrerá toda a história da filosofia.
Podemos dizer que Heráclito inaugurou a Dialética (o vir-a-ser) e Parmênides inaugurou a Ontologia (o estudo ser enquanto ser).
Platão, juntamente com Sócrates e Aristóteles foram os grandes elaboradores e sistematizadores de toda filosofia grega na antiguidade.
I - Conteúdo Básico:

O Ser Humano  -

Eixo: 1.2. Corpo e psiquismo

Período: Março de 2011


Tema da aula:

Os seres humanos possuem uma alma ? Ela é diferente do corpo físico? Porque você pensa assim?

Temas e habilidades a serem desenvolvidas pelos alunos:

- Analisar diferentes concepções filosóficas sobre a constituição do ser humano.
- Discutir as relações entre racionalidade e desejo
- Compreender a questão da consciência como um aspecto fundamental do ser humano.
- Discutir a relação entre mente e cérebro

CONCEITOS:

Corpo e Alma
Dualismo e Monismo
Racionalidade e Desejo
Consciência e Inconsciente
Mente e cérebro

PROBLEMAS:

O ser humano é dual? ( a mente e cérebro são de natureza distinta?)
O que comanda o ser humano: sua razão ou seus desejos?
O psiquismo é separado do corpo?
O conhecimento é uma modalidade de desejo?
Somos senhores de nossos desejos e sentimentos?
O que significa ser consciente?
É mais fácil conhecer a si do que as coisas ou os outros?
A consciência nos engana?
É possível conhecer-se a si mesmo sem enganar-se?
O que significa dizer que pensamos com nosso cérebro?

sábado, 12 de março de 2011

Alunos refletem sobre o sentido das tragédias naturais em confronto com as tragédias decorrentes das ações humanas.

Os textos abaixo são ainda provisórios. Constituem a primeira redação dos grupos de alunos do ensino médio, da 2a série A, da Escola Emílio de Vasconcelos Costa, de Sete Lagoas, MG.
Antes do debate e desta redação os alunos ouviram o professor expor as diferença das Leis Naturais e dos fatos que resultam das ações, decisões ou omissões do seres humanos. Eis um resumo do problema colocado:

Durante todo o último verão, muitas cidades brasileiras, passaram por grandes tragédias envolvendo desmoronamento de morros, que soterraram casas e pessoas, enchentes que cobriam cidades inteiras e formavam correntezas com a força de um rio.  As imagens das cidades serranas do Rio de Janeiro, de municípios do interior de Santa Catarina, o cenário de grandes metrópoles como São Paulo e Belo Horizonte continuam desafiando nossa capacidade de entender estas tragédias. Centenas de mortos e desabrigados, pessoas ainda desaparecidas, muitas moradias totalmente destruídas, famílias desestruturadas: estes sãos apenas alguns dos fatos que permanecem vivos na lembrança de quem passou pela experiência diretamente ou que acompanhou os episódios pela televisão, internet, jornais e revistas. MAS AFINAL: QUEM É O CULPADO POR TUDO ISTO?

Observação: embora haja necessidade de melhoráramos a estrutura de alguns dos textos, pode-se observar que as questões fundamentais foram abordadas pelos alunos.  Destacamos:

a)      Nenhum dos grupos buscou explicações de natureza religiosa para justificar fenômenos naturais como as chuvas.
b)      Os alunos reconhecem os fenômenos naturais como pertencendo a uma ordem de fatores em relação aos quais não se pode atribuir sentido ético ou valorativo.
c)      Quando os seres humanos sofrem em decorrência de fenômenos naturais a responsabilidade é dos próprios humanos, por negligência, agressões ao meio ambiente, falta de atuação das autoridades públicas etc. Ou seja, os humanos estão sujeitos a uma ordem valorativa/ética que é cultural e histórica. Podemos dizer que os atos humanos são justos ou injustos, por exemplo. Mas o mesmo não pode ser dito da chuva, do frio ou do calor.
d)      Os alunos desta forma se distanciam do pensamento mítico ou mágico (presente da fase primitiva da filosofia grega) sobre os fenômenos naturais  Vale registrar que a visão mágica sobre a natureza é ainda muito forte entre nós, quando dizemos: - “Isto aconteceu assim porque Deus quis”.
e)      Independente de nossas crenças religiosas a filosofia nos cobra um olhar racional e empírico sobre tudo que acontece à nossa volta. A inteligência/consciência de que são dotados os seres humanos que possibilita esta reflexão.
f)        Esta busca racional está presente em praticamente toda a filosofia grega.
g)      Pelos sentidos reconhecemos os fatos; pela razão tentamos explicá-los.
h)      Como já dissemos este entendimento está presente nos comentários do alunos, que reproduzimos a seguir:


Grupo 1

Enfim sabemos que todas estas tragédias podem ter sido “naturais”; mas algo natural não acontece com a ação humana, que não respeitou (aram) o limite da natureza  e construiu (iram) em locais proibidos.
Mas nós seres humanos, nos (auto) prejudicamos. Quando o assunto é a natureza, jogamos lixo em estradas, entupimos os bueiros. Somos incapazes de estarmos ligados a qualquer grupo de reciclagem. Culpamos as autoridades que em pleno século XXI não sabem prever uma catástrofe, com tanta tecnologia a nosso dispor.
Temos algo que muito nos impressiona: a solidariedade do povo brasileiro, um povo (onde) que não só tem consciência ambiental, mas tem a consciência de ajudar o próximo. (...) Somos ensinados desde pequenos, várias coisas, mas não é colocado em nós um amor pela nossa pátria, nossa terra.
O exemplo disto foi a construção de casas na região serrana de Petrópolis, uma cidade linda, mas que foi totalmente devastada e isto, simplesmente ocorreu pela falta de conscientização humana, em que a natureza tem um limite e que precisa ser respeitado.

Grupo 2

Em (na) nossa opinião as tragédias resultam da combinação dos fatos naturais e da ação humana.
Essas conseqüências (Estes episódios?) têm como responsáveis as pessoas que constroem suas casas em áreas de risco, mesmo sabendo (que) estão correndo risco de vida.
Tendo como causa disso o poder público que não tem a consciência de proibir a estadia destes locais.

Grupo 3

Achamos que são os dois (fatos faturais e ação humana), pois os fenômenos naturais sempre estiveram no lugar deles, ao contrário de nós, somos irresponsáveis por construir moradias em lugares arriscados.

            “O ser humano provoca e a natureza faz”  (referência - 3ª Lei de Newton: Ação e Reação)

Grupo 4

Estas tragédias são resultados de fatos naturais e da ação humana, pois a natureza sempre agiu da mesma forma, mas o ser humano começou a modificar e poluir a natureza; com isto o aquecimento global coopera para que as chuvas e o calor aumentem e os seres humanos constroem casas em locais indevidos. A natureza continua agindo da mesma forma, mas acaba devastando por causa das tragédias aos seres humanos. O poder público podia fiscalizar a natureza, porque ninguém pode acabar destruindo a natureza sem pagar. Por isto o poder público tem que começar multando cada ser humano que destruir a natureza.

Grupo 5

Bom, os culpados por isso são os seres humanos através da poluição, o desmatamento e a falta de responsabilidade. Pelo fato de desmatamento de morros foi um dos fatores naturais que o ser humano cometeu.

A análise e coordenação dos trabalhos são de responsabilidade do professor de filosofia Frederico Ozanam Drummond

terça-feira, 1 de março de 2011

3 - Tragédias: Vontade de Deus? Leis da Natureza ? Ação dos Seres Humanos?

Terceira Aula - 01 de Março 2011
Público: Alunos do segundo ano do ensino médio da Escola Estadual Emílio de Vasconcelo Costa. 

TRAGÉDIAS:
FATOS NATURAIS, AÇÃO HUMANA OU UMA
 COMBINAÇÃO DOS DOIS

Durante todo o último verão de 2010-2011, muitas cidades brasileiras, passaram por grandes tragédias envolvendo desmoronamento de morros, que soterraram casas e pessoas, enchentes que cobriam cidades inteiras e formavam correntezas com a força de um rio.  As imagens das cidades serranas do Rio de Janeiro, de municípios do interior de Santa Catarina, o cenário de grandes metrópoles como São Paulo e Belo Horizonte continuam desafiando nossa capacidade de entender estas tragédias. Centenas de mortos e desabrigados, pessoas ainda desaparecidas, muitas moradias totalmente destruídas, famílias desestruturadas: estes sãos apenas alguns dos fatos que permanecem vivos na lembrança de quem passou pela experiência diretamente ou que acompanharam os episódios pela televisão, internet, jornais e revistas.

MAS AFINAL: QUEM É O CULPADO POR TUDO ISTO?

Esta é a nossa reflexão de hoje. Vamos considerar algumas das prováveis causas e alguns dos prováveis responsáveis.

a)      Para muitos as tragédias acima descritas foram uma forma que Deus encontrou para punir os seres humanos pelos seus erros. As pessoas que assim entendem viram as tragédias como fatalidades e destino.
b)      Outros consideram que tudo que aconteceu pode ser atribuído a fatores naturais, como as grandes concentrações de chuvas nos períodos de verão. É o ciclo natural das estações e da vida na terra.
c)      Existe ainda quem considere a existência dos fatores naturais, mas responsabilizam a falta de políticas públicas preventivas, falta de fiscalização, descaso das autoridades, que não impediram a construção de casas em locais de risco ou que fizeram grandes avenidas impermeabilizadas, onde a água da chuva não tinha para onde correr.
d)      Finalmente podemos lembrar aqueles que dizem que as pessoas que constroem em local de risco deveriam ser responsáveis pelas conseqüências de seus atos, mesmo que estas pessoas sejam pobres e não tenham outro lugar para morar. Consideram também que a construção de muitas avenidas asfaltadas é desejo dos que possuem carro e que preferem o transporte individual ao transporte coletivo, como o metrô. Desta forma são culpados por termos cidades saturadas de grandes construções que apenas impermeabilizam o solo.


Nosso trabalho é analisar estes argumentos e elaborar nossa própria opinião sobre eles. Você pode concordar com todos os argumentos ou com nenhum deles.
Afinal qual nossa opinião: ESTAS TRAGÉDIAS RESULTAM DOS FATOS NATURAIS, DA AÇÃO HUMANA  OU UMA COMBINAÇÃO DOS DOIS? EXPLIQUE SUA OPINIÃO.